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Esclarecendo os fatos ou expondo as contradições? - Abraão Lincoln: Processos Judiciais e Parcerias Institucionais

Atualizado: há 8 horas


Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da CBPA (Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura), é uma figura marcada por polêmicas e acusações graves que continuam a pairar sobre sua trajetória. Apesar de responder a processos criminais e eleitorais por corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes ambientais, Lincoln permanece no comando de uma organização (criada por ele) que consegue firmar parcerias com instituições governamentais, incluindo o INSS. Essa contradição levanta questões éticas e institucionais que merecem análise crítica.


Histórico de Acusações


Abraão Lincoln foi preso em 2015 durante a Operação Enredados, operação polêmica, que se propôs a revelar um esquema de corrupção em órgãos como o Ministério da Pesca e Ibama. Embora tenha sido liberado em 2016 por decisão do STJ, o processo segue em tramitação, sem absolvição.

Em 2024, tornou-se réu em um caso de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e uso de caixa 2 na campanha de 2014,  processo nº 0600099‑16.2021.6.0002. Com provas robustas, incluindo interceptações telefônicas e movimentações financeiras suspeitas, a Justiça rejeitou tentativas de arquivamento, mantendo o processo ativo.


Vamos ao que interessa: O Crescimento Meteórico da CBPA


Presidente da CBPA desde sua fundação, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, que também é o único sócio registrado da organização, conforme o CNPJ da entidade,




e apesar do histórico de seu presidente, a CBPA experimentou um crescimento meteórico nos últimos anos, levantando ainda mais suspeitas sobre suas práticas. Criada então, em 4 de abril de 2020, a entidade saiu de uma presença quase irrelevante para mais de 1 milhão de associados registrados em apenas três anos.


Em julho de 2023, foram registradas 187.824 filiações em um só mês, contra apenas 1 vínculo formalizado em maio de 2023. A CBPA não apresentou documentação válida que comprovasse os vínculos com os segurados.

Em dezembro de 2023, a CBPA contabilizou 341.439 filiados e, no primeiro trimestre de 2024, já havia atingido cerca de 445 mil, gerando uma arrecadação de R$ 41,2 milhões somente nesse período.

Esses números contrastam com a ausência de infraestrutura ou histórico proporcional, sugerindo filiações em massa realizadas de forma irregular. Os técnicos da CGU identificaram ausência de provas efetivas de autorização dos descontos.


A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que a CBPA realizava até 1.174 autorizações de desconto por hora, ritmo que seria impossível sem um esquema coordenado de fraudes. Essa operação meteórica gerou desconfiança não apenas pela velocidade do crescimento, mas também pelo impacto financeiro nos benefícios previdenciários dos associados.

Como sustentar milhares de adesões em massa repentina, sem infraestrutura ou presença proporcional?


Figurando entre as 11 entidades formalmente indiciadas e mais 20 suspeitas por fraudes que totalizam aproximadamente R$ 6,3 bilhões em descontos indevido.


Parcerias com o INSS


Mesmo com essas irregularidades, a CBPA, sob liderança de Lincoln, conseguiu firmar parcerias com o INSS, permitindo à entidade acessar dados de segurados, realizar descontos diretos em benefícios e ampliar sua arrecadação.

A CGU identificou que muitos segurados nem sequer sabiam que estavam filiados à CBPA, indicando ausência de consentimento em massa.

Além disso, o INSS não aplicou filtros rigorosos para avaliar o histórico da entidade e de seu presidente antes de formalizar essas parcerias. O resultado foi um prejuízo bilionário para o sistema previdenciário, enquanto Lincoln e sua organização continuavam a operar sem obstáculos significativos.



Questões Éticas e Institucionais


A pergunta central é: Como uma pessoa que responde a processos tão graves consegue manter influência suficiente para firmar parcerias com o INSS e outras instituições públicas?

Essa situação aponta para falhas no sistema de controle e monitoramento, que permite que figuras com processos ainda em andamento (corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e uso de caixa 2 e único sócio registrado da organização) continuem a operar livremente.


Além disso, o crescimento meteórico da CBPA, sem comprovação de sua capacidade operacional ou estrutura adequada, reforça a suspeita de que sua expansão foi alimentada por práticas irregulares. A manutenção de parcerias institucionais com uma entidade envolvida em denúncias compromete a credibilidade das instituições públicas e reforça a percepção de impunidade no Brasil.


Conclusão e recomendações


  • Consultar o Relatório da CGU nº 1675291/1680913 (abril de 2025), que descreve os resultados da auditoria.

    Abaixo link para o relatório

.

O caso de Abraão Lincoln e o crescimento meteórico da CBPA evidenciam não apenas a fragilidade do sistema jurídico em lidar com processos prolongados, mas também a permissividade das instituições públicas em estabelecer parcerias com figuras controversas. É urgente que mecanismos mais rigorosos de controle sejam implementados para evitar que casos semelhantes se repitam, protegendo o interesse público e garantindo maior transparência nas relações institucionais.

As ações de Lincoln e da CBPA refletem uma rede de interesses que ultrapassa as fronteiras da pesca e atingem o cerne da governança pública, exigindo respostas contundentes tanto do Judiciário quanto da sociedade civil. A aliança entre entidades suspeitas e órgãos governamentais não pode continuar sem consequências.

Fontes










 
 
 

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