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Localizado no meio do Oceano Atlântico, a cerca de mil quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo ganhará uma nova estação de pesquisa. Este arquipélago, o ponto do Brasil mais próximo da África, está a apenas 1.820 quilômetros de Guiné-Bissau.

A atual Estação Científica da região está bastante desgastada, e a nova construção, fruto de uma parceria entre a Marinha do Brasil e outras cinco instituições, permitirá a modernização necessária. O arquipélago é um centro de estudo para cientistas de diversas áreas, como geologia, biologia, oceanografia e sismologia. Sua posição estratégica também permite que o Brasil incorpore uma área marítima de 450 mil km² à Zona Econômica Exclusiva (ZEE), maior que o estado de Goiás.

A região, com cerca de 17 mil m², é frequentemente abalada por pequenos terremotos devido à sua localização sobre a Falha Transformante de São Paulo, uma das maiores do mundo. Esta falha, que separa as placas tectônicas africana e sul-americana, foi responsável por abalos de até 6 pontos na escala Richter em 2006, criando ondas de 5 metros que forçaram os pesquisadores a se refugiarem no farol da Marinha.

O arquipélago é perigoso para navegação devido às suas baixas altitudes, dificultando a visualização das ilhas a olho nu. Seu nome vem do primeiro naufrágio registrado ali em 1511, quando a nau São Pedro afundou e os sobreviventes foram resgatados pela nau São Paulo.
Além de sua importância científica, econômica e estratégica, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo abriga uma biodiversidade impressionante.
O arquipélago já recebeu visitas notáveis, incluindo a do ambientalista inglês Charles Darwin, em fevereiro de 1832, durante a expedição do HMS Beagle. Darwin documentou suas observações sobre o local no livro "A Viagem do Beagle". O navegador Ernest Henry Shackleton também visitou o arquipélago em 1921, pouco antes de sua morte.

A primeira estação de pesquisa no arquipélago foi inaugurada em 1998, permitindo que mais de dois mil cientistas estudassem a região. Dez anos depois, uma segunda estação substituiu a primeira devido ao impacto de fortes ondas. Até a conclusão da terceira estação, os cientistas continuarão a usar o espaço atual, que inclui alojamento para quatro pessoas, sala de estar, laboratório, cozinha, banheiro, varanda e áreas de apoio para armazenamento de água, gerador de emergência, paiol de combustível e píer para pequenas embarcações.
A construção da nova estação é resultado de um acordo entre a Marinha do Brasil, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e a Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (FEST), responsável pela execução operacional. A parceria também inclui a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Caixa Econômica Federal.

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