Desde 2013, após a implantação do período de defeso para a pesca da lagosta, o Brasil aumentou suas exportações do produto e atualmente é um dos principais fornecedores do mercado dos Estados Unidos. No entanto, a indústria brasileira ainda pode ampliar sua produção, incrementando as vendas para a Europa e Ásia, onde há mais competição pelos consumidores. Com esse objetivo, faz-se necessário adotar novos métodos de captura, manuseio, armazenamento e transporte a bordo. Outra medida importante é capacitar intermediários e fornecedores para manter a captura viável até o momento da venda ou da entrega nas unidades de beneficiamento.
Essas são algumas das conclusões da pesquisa realizada pela equipe do professor Raúl Cruz, cientista-chefe da Funcap na área de Pesca e Aquicultura, cujos resultados principais foram apresentados em live transmitida no canal da Funcap no YouTube, na última sexta-feira (25). Com o trabalho foi possível constatar que o período de defeso, que começa no mês de novembro e segue até abril, realmente protege os principais eventos do ciclo de vida do animal. “Uma gestão responsável e eficiente deve se concentrar em estudos de ciclo de vida e monitoramento confiável de dados de pesca”, afirma o professor Raúl. Os pesquisadores também observaram que a pressão da pesca sobre os estoques de lagosta diminuiu, verificando-se uma tendência na recuperação após seis meses de defeso.
De acordo com o pesquisador, a aplicação de um conjunto de medidas de gestão, como o defeso de seis meses, a pesca de lagosta de tamanho legal, a proteção de fêmeas ovadas e a eliminação da pesca ilegal, deve ser continuada e intensificada. Ele ressalta o grande potencial econômico da atividade, já que as principais populações de lagosta no Oceano Atlântico são encontradas apenas na costa brasileira e no Caribe.
A apresentação com os dados técnicos da pesquisa pode ser acessada clicando aqui.
Sobre o Programa Cientista Chefe
Criado na atual gestão da Funcap, a iniciativa tem como objetivo unir o meio acadêmico e a gestão pública. Através do Programa Cientista Chefe, equipes de pesquisadores estão trabalhando em secretarias ou órgãos estratégicos do Governo do Estado, a fim de identificar soluções de ciência, tecnologia e inovação que podem ser implantadas para melhorar os serviços e proporcionar mais qualidade de vida à população.
Fonte: https: ceara.gov.br
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