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Entrevista com Ingrid Bianca Rosa, CEO da RADIONAVAL, empresa com sede em Itajaí (SC)

Ingrid Bianca Rosa é uma mulher com visão empreendedora e está diante de um negócio, dominado por homens. A RADIONAVAL, empresa com sede em Itajaí SC, Fundada no ano 1988 pelo seu atual proprietário Lindolfo Rosa Neto, a empresa Radionaval Eletrônica atua no ramo da pesca profissional e petróleo (offshore). Iniciou-se no mercado oferecendo sonares de pequeno porte, para barcos na região do Vale do Itajaí. Com começo das atividades, a empresa identificou a necessidade de importar equipamentos mais tecnológicos e sofisticados, para atender a demanda da pesca profissional, como: sonares multi-bean, pilotos automáticos, sondas, GPS, rádio comunicação.

Atualmente, oferece equipamentos novos a pronta entrega e é referência nacional em assistência técnica, com profissionais especializados para melhor atender a seus clientes. A empresa disponibiliza laboratórios próprios para reparo, teste e desenvolvimento de equipamentos de comunicação, rastreamento, navegação e detecção. Além disso, dispõe de um “barco laboratório” próprio, para efetuar testes com os equipamentos eletrônicos marítimos.



Que funções a Radionaval exerce na atividade pesqueira?


Ingrid Bianca Rosa – A RADIONAVAL é uma empresa que trabalha com tecnologias eletrônicas, hardware, softwares, engenharia, entre outras áreas das ciências exatas, posso afirmar que a principal função de nossos produtos é a qualidade de vida dos embarcados.

Em primeiro lugar, comunicação, quanto mais longe da costa mais difícil o contato, oferecemos produtos que possibilitam a comunicação entre o mar e o continente com eficiência.

Em segundo lugar, segurança, em razão de que produtos, como nossos radares, por exemplo, evitam colisões entre embarcações em alto mar. Também contribuímos com o lazer dos embarcados que ficam dias, meses a bordo, oferecendo-lhes produtos que permitem assistir televisão à grandes distancias do continente, por exemplo.

Se somarmos os fatores, chegamos à conclusão que estes produtos trazem mais qualidade de vida para os embarcados e tranquilidade para os armadores.


Que tipo de instrumentos auxiliam barcos e seus tripulantes na sua segurança e na comunicação com o continente?


Ingrid Bianca RosaPara a comunicação entre Mar e Continente existem vários recursos. Vou citar os mais populares que são: rádios VHF, rádios UHF, rádios HF/SSB (para maiores distâncias) e telefone por satélite que permite ligações para telefones convencionais em qualquer lugar.

Para a segurança sempre enfatizo a importância do radar nas embarcações. A razão é que durante a noite e/ou quando surge neblina, são situações que limitam ou até impedem a visibilidade no mar, então o radar detecta alvos como: ilhas, icebergs, outra embarcação à milhas de distância, alertando sobre a proximidade do “alvo”, evitando colisões e acidentes. Se o Titanic tivesse radar possivelmente o acidente não teria ocorrido.


A tecnologias de sonares, entre outros, são instrumentos de apoio à pesca sustentável?


Ingrid Bianca Rosa - Sim, considero essas tecnologias um instrumento de apoio à pesca sustentável, por exemplo, os sonares singlebeam e multibeam. Esse equipamento detecta cardumes com alcance de 600 metros até 10 quilômetros de distância. Com esse apoio à tripulação, os embarcados conseguem detectar de forma mais rápida o cardume, resultando em otimização de processo, já que o custo é reduzido; perduram menos tempo em alto mar, consomem menos combustível, ou seja, resulta-se em menos despesa e o tempo de serviço é otimizado.


A RADIONAVAL foi criada 1988. De lá para cá, são 32 anos. Como você analisa a evolução da pesca durante este tempo?


Ingrid Bianca Rosa - Bom, a evolução da pesca marinha é bem visível. Antigamente as embarcações eram menores, as redes artesanais, tudo puxada no braço. O sistema de refrigeração era precário. Hoje em dia as embarcações estão maiores, mais seguras e possuem tecnologias que auxiliam na captura, especialmente na pesca industrial. Esses recursos permitem uma pesca com mais segurança aos embarcados e de maior volume.


A empresa correspondeu com esta evolução?


Ingrid Bianca Rosa - Com certeza. Essa evolução foi ocorrendo de forma rápida, especialmente porque as tecnologias foram mudando, Inclusive os eletrônicos. Hoje, já sabemos que existem eletrônicos mais precisos, seguros e valores mais acessíveis. Hoje, as embarcações estão muito mais equipadas do que há vinte anos, desde as pequenas embarcações às grandes, isso porque a nova era da tecnologia fez com que os eletrônicos ficassem mais acessíveis e com grande variedade de modelos.


Nos últimos tempos, as mulheres vêm ganhando espaço em diversas atividades econômicas, Como é para você este desafio, principalmente numa área dominado por “marujos”?


Ingrid Bianca RosaToda mudança gera certo tipo de desconforto. Os meninos (funcionários e clientes), no início, acostumarem-se com uma mulher jovem à frente das operações, foi desafiador. Acredito que, para mim, e para eles. Antes, a empresa era administrada apenas pelo meu pai, o fundador Lindolfo Rosa, e a forma de trabalhar era diferente, era tudo no “fio do bigode”. Ela era uma empresa bem típica familiar e tradicional. Quando começamos a dividir as funções na administração, comecei a organizar os processos, a profissionalizar ainda mais a empresa. Então, me deparei com alguns problemas internos e externos. O tempo passou, nossos “marujos” começaram a conhecer melhor meu lado profissional e, de uma forma geral, posso afirmar que fui bem acolhida pelos nossos clientes e funcionários. Eles me aconselharam, me instruíram e, principalmente, me motivaram. A evolução da RADIONAVAL, posso afirmar que também é mérito deles, pois tudo foi possível, porque nosso nicho de mercado predominantemente masculino, acreditou em mim e no meu potencial, me incentivaram, trocaram experienciais profissionais e de verdade, não me deixaram desistir. O desafio, hoje, tornou-se respeito, admiração, amizade e principalmente Confiança. Minha eterna gratidão, sou muito realizada no que faço e muito grata a cada um de nossos marujos que vem trilhando comigo esse logo caminho.


Sua empresa é a única não voltada diretamente para a produção de pescados que está patrocinando a Semana do Pescado. O que a motivou para esta iniciativa?


Ingrid Bianca Rosa – Acredito no projeto, especialmente no sentido de mostrar paras pessoas que conhecem as atividades pesqueiras de forma superficial, outra forma de enxergar a pesca, o quanto ela movimenta a economia em outros setores também. Paralelo a isso, gostaria de apresentar a RADIONAVAL e os produtos que oferecemos, de forma mais humanizada. Qual o impacto positivo que isso tem na vida dos embarcados, não apenas para detectar cardumes e comunicação, mas também na qualidade de vida desses trabalhadores e, principalmente, na segurança deles e do próprio armador. Lazer, otimização do tempo a bordo, segurança, nos mostram que a RADIONAVAL vai muito além de detectar os cardumes, é uma forma de mostrarmos que essas tecnologias evitam acidentes, salvam e oferecem mais qualidade de vida.


Fonte: piscishoweavisuleite

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