Conhecido como “Relâmpago” — ou Molniya, em russo —, este barco mistura o clássico de seu design, com a modernidade de sua tecnologia. 100% elétrico e com hidrofólio, o Molniya, enfim, saiu do papel e dos sonhos de seu construtor Artem Markov.
Formado no Instituto de Automóveis e Construção de Estradas de Moscou, onde integrou uma equipe de corrida de carros elétricos que competia contra universidades de todo o mundo, Markov montou uma equipe na capital russa e os colocou no mapa da náutica mundial.
Inspirado no trabalho da equipe de Candela, Markov afirma que tudo começou em 2016, quando percebeu que poderia dar vida ao projeto: encontrou um casco clássico de fibra de vidro e alumínio e logo começou a trabalhar na sua conversão.
A equipe teve que fortalecer e reforçar o casco para lidar com as tensões dos hidrofólios dianteiros. Na popa, projetaram pequenas asas laterais (como “chines” salientes) que ajudam a levantar a popa e alinhar o barco sobre os hidrofólios dianteiros durante a aceleração.
Para a propulsão, optou-se pelo conjunto de motorização de centro-rabeta. Usando o conhecimento e a experiência de projetos e construção de carros elétricos de corrida, foi encomendado um motor de 80 kW para ser acoplado à rabeta.
O Molniya tem 8,9 metros de comprimento (29 pés) e, de acordo com seus idealizadores, pode navegar até 135 milhas náuticas, mas em baixa velocidade. Em cruzeiro, a autonomia cai para modestas 20 milhas náuticas.
O contraste do retrô com a modernidade do barco é o que mais chama a atenção. O painel, por exemplo, parece ter sido tirado de um carro luxuoso da década de 1950. E o russo afirma: “Nunca consegui entender qual é a beleza de andar em barcos a motor com muita vibração e ruído. Então, decidi que queria encontrar uma maneira de transferir o silêncio e o conforto de um iate à vela para uma lancha”.
A princípio, a propulsão de popa adaptada foi útil para provar o conceito de barco elétrico com hidrofólio, mas designers e engenheiros estão ansiosos para ver a eficiência aprimorada do motor, da propulsão e sistema de bateria que foi projetado do zero para o Molniya.
Infelizmente, 2020 não será o ano ideal para apresentar o protótipo em feiras de barcos e despertar o interesse dos consumidores ou investidores. Parece, entretanto, que o Molniya é o tipo de barco que deve agradar a quem procura o mesmo que Artem Markov: uma experiência clássica de barco a motor, mas silenciosa e com uma navegação suave, típica dos veleiros.
Fonte: Náutica
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